Serviço de Estomaterapia do HSJ proporciona bem-estar físico e mental a pacientes

17 de janeiro de 2023 - 13:53


A equipe de estomaterapeutas da instituição atendeu cerca de quatro mil pessoas em 2022

Manuel de Jesus da Conceição, de 48 anos, foi diagnosticado com leishmaniose tegumentar disseminada no Hospital São José (HSJ), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), em junho do ano passado. Além de receber assistência médica e multiprofissional durante a internação, o agricultor, natural do Maranhão, ficou sob os cuidados do Serviço de Estomaterapia da unidade, devido às inúmeras lesões observadas no corpo.

“Eu vim para o Ceará em busca de um atendimento melhor, pois já tinha feito vários exames na minha cidade e nunca dava nada. Achava que ia morrer”, afirma Manuel. O maranhense permaneceu, ao todo, 26 dias hospitalizado no HSJ. A equipe da Estomaterapia acompanhou o paciente durante a internação e após a alta, de forma ambulatorial, até a cicatrização completa das feridas.

“A nossa maior preocupação era que Manuel possuía lesões da cabeça aos pés. Nós analisamos o quadro clínico e iniciamos o tratamento o quanto antes. Ao longo do tempo, fomos percebendo a evolução dele”, explica o enfermeiro Francisco Almeida Neto. O profissional de 27 anos teve contato com a especialidade durante a residência no HSJ, quando se interessou pela área.

Neto mantém a rotina de cuidados com os pacientes ao lado das enfermeiras Adriana Bessa e Erick Azevedo – ambas trabalham com Estomaterapia há mais de 20 anos.

Criado oficialmente em 2013, o setor assistiu 4.081 pessoas em 2022. O serviço tem como foco a prevenção e o tratamento de lesões por pressão, comuns durante longos períodos de internação, e de feridas na pele relacionadas a doenças e processos infecciosos. Casos de hanseníase, leishmaniose tegumentar, erisipela e pé diabético destacam-se entre os atendimentos realizados pela equipe.


Manuel de Jesus da Conceição sob os cuidados de Francisco Almeida Neto antes de receber alta

A depender da necessidade, os profissionais são acionados para avaliar os pacientes na Emergência, nas unidades de internação e após a alta hospitalar. Com três décadas de experiência na Enfermagem, Erick não esconde sua paixão pela Estomaterapia. “A possibilidade de prevenir lesões foi, inicialmente, o que despertou em mim a vontade de trabalhar e me aperfeiçoar nessa área. Para mim, é uma satisfação muito grande contribuir para a reabilitação dessas pessoas”, conta.

Na visão do profissional, tratar feridas exerce um impacto positivo sobre o corpo e a mente dos pacientes. “A pele é o maior órgão que nós temos e todo mundo a visualiza. Por isso, uma lesão mexe não só com o físico, mas também com o emocional de uma pessoa. Quando a gente consegue curá-la, nós estamos aliviando a dor e resgatando a autoimagem do paciente para que ele possa retomar sua vida”, acrescenta Erick.

Alessandra Sousa Rodrigues, de 21 anos, pôde experimentar essa sensação. Em abril do ano passado, a jovem apresentou um quadro grave de acne que afetou profundamente sua autoestima. Por causa do processo infeccioso, ela foi encaminhada ao Hospital São José, onde passou dez dias internada. O trabalho da equipe médica, somado às técnicas de estomaterapia, foi fundamental para tratar o problema e devolver à estudante uma aparência saudável.


Alessandra foi encaminhada à Estomaterapia para tratamento de um quadro grave de acne

“Quando eu vi meu rosto de novo, sem as crostas causadas pela acne, fiquei muito feliz. O atendimento no hospital foi muito bom. Eu sempre tinha psicólogas, nutricionistas; as enfermeiras me ajudavam todos os dias. Minha pele estava muito sensível e eles sempre tinham um cuidado muito grande”, diz.