I Simpósio Azul Celeste do HSJ reforça a importância da CME em unidades hospitalares

4 de julho de 2023 - 10:23

Assessoria de Comunicação do HSJ
Texto e fotos: Bárbara Danthéias

I Simpósio Azul Celeste do HSJ é o primeiro evento realizado por uma unidade hospitalar da Rede Sesa voltado para debater as ações da Central de Materiais e Esterilização (CME)

Profissionais da Enfermagem do Hospital São José (HSJ), da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) puderam expandir seus conhecimentos acerca da importância da Central de Materiais e Esterilização (CME), na última sexta-feira (30), durante o I Simpósio Azul Celeste. O evento debateu sobre boas práticas em CME e a importância da Enfermagem junto ao setor, bem como informou sobre inclusão e diversidade na Enfermagem.

De acordo com Kelina Azevedo, coordenadora da CME do HSJ, a central está diretamente envolvida na assistência ao paciente, assegurando que todo o material utilizado pela equipe de saúde seja devidamente esterilizado e esteja livre de contaminação. “Apesar de não estarmos na beira do leito, todo o material utilizado no paciente passa primeiro por nós, e temos a responsabilidade de entregá-lo livre de contaminação, a fim de evitar qualquer tipo de infecção para esses pacientes”, destacou.

A enfermeira da CME, Ana Amelia Gadelha, abriu o evento e apresentou um breve histórico sobre a evolução da prevenção de infecções ao longo da história, abordando a criação das Centrais de Materiais de Esterilização no Brasil e no mundo. Ela também sensibilizou os profissionais para o uso adequado dos materiais, a fim de evitar o desperdício. “Se há um paciente que, possivelmente, vai se encaminhar para uma intubação, não precisa abrir todo aquele material, pois se ele não for utilizado, ele vai passar novamente por todas as etapas da CME”, exemplificou.

O enfermeiro e professor Ricardo Cavalcante palestrou sobre “Boas práticas em CME”

Já o enfermeiro interventor do Samu Ceará e da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), Ricardo Cavalcante, em sua palestra “Boas práticas em CME”, frisou que o setor é o ponto-chave para que o médico consiga desenvolver sua habilidade prática. “Se eu não tiver um material estéril, pode ser o melhor profissional médico do mundo, ele não vai conseguir ter sucesso em sua cirurgia”, explicou.

Cavalcante, que também é professor na Unichristus, ressaltou ainda que a ação que gera mais segurança técnica numa CME é a limpeza, sendo essencial um instrumento para rastrear todo esse processo. “Quando falo em garantias, é preciso observar o tempo. Preciso ter um instrumento que garanta qual foi o momento em que aquela bandeja da laparotomia exploradora entrou no detergente enzimático. Isso é rastreabilidade, isso é boas práticas”, frisou.

Primeiro enfermeiro indígena do Ceará, Júnior Morais destacou a importância da adoção da Política Nacional de Humanização nos serviços de saúde

O simpósio contou ainda com a participação do primeiro enfermeiro indígena do Ceará, Júnior Morais. Integrante da equipe multidisciplinar em Saúde Indígena no pólo Caucaia, Morais comentou sobre a Política Nacional de Humanização (PNH), assinalando que a humanização deve estar presente não só no atendimento ao usuário, mas também na relação com os colegas de trabalho.

“É muito importante a gente refletir sobre isso: se sou humano, por que é preciso uma política para a gente ser humanizado?”, questionou. E acrescentou: “Para nós termos essa educação, em alguns aspectos, isso vem de berço; em outros, é preciso ler livros com mais páginas, estudar e pesquisar”.

Wladia Medeiros, enfermeira e fundadora do Movimento Enfermagem Inclusão, apontou a necessidade de combater o preconceito na Enfermagem

Finalizando a tarde de palestras, a enfermeira e fundadora do Movimento Enfermagem Inclusão, Wladia Medeiros, discursou sobre como o preconceito pesa ainda mais na Enfermagem. “A gente tem que se valorizar nessa questão da humanização, da dignidade e do respeito e saber que a diversidade e a inclusão são apenas uma posição de respeito e qualificação dos profissionais”, afirmou.

Medeiros também elencou os diversos tipos de diversidade: gênero, etnia, idade, religião, orientação sexual e classe social, entre outros. A enfermeira ressaltou, em especial, o preconceito contra a idade (etarismo) na Enfermagem. “Isso acaba prejudicando grandes profissionais, que entram em depressão e se sentem desmotivados e até incapazes, mas eles não são. Eles têm uma capacidade fora do comum, paciência e conhecimento de passar segurança para a gente, não só na prática, mas também na teoria”, enfatizou.