Intercessão com a Infectologia foi tema da III Jornada dos Cuidados Paliativos

27 de outubro de 2023 - 13:43

Assessoria de Comunicação do HSJ
Texto e fotos: Bárbara Danthéias

Evento abordou temas relacionados à intervenção dos cuidados paliativos no manejo de doenças infecciosas crônicas

“Intercessão entre os Cuidados Paliativos e a Infectologia” foi o tema da III Jornada de Cuidados Paliativos do Hospital São José (HSJ), realizada nesta quinta-feira (26). O evento trouxe novas reflexões sobre a atuação da especialidade no cuidado de pacientes com doenças infecciosas crônicas, como HIV/aids e tuberculose multirresistente, e também promoveu atividades lúdicas e relaxantes para os participantes.

Na abertura do evento, o diretor técnico do HSJ, Lauro Perdigão, ressaltou que o Serviço Especializado de Cuidados Paliativos (SECP) do HSJ vem mostrando que tem a cara do hospital, adaptando-se às diferentes e complexas realidades. “Eles realizam também esse trabalho educativo de mostrar que o serviço é sobre melhorar a qualidade de vida do paciente e prevenir o sofrimento”, destacou.

Já a diretora clínica do HSJ, Lara Távora, reforçou que a equipe do SECP também se identifica com o hospital por oferecer um atendimento humanizado aos pacientes. “Ter uma equipe que olha o paciente de forma individualizada e humanizada e que cuida do processo de adoecimento do paciente e, para além disso, tem um olhar para as famílias que estão enlutadas nos deixa cheios de orgulho”, salientou.

Infectologista Juliana Ferragut ministrou a aula magna virtual “Desenvolvimento dos cuidados paliativos na epidemia da aids”

O encontro teve início com a aula magna virtual “Desenvolvimento dos cuidados paliativos na epidemia da aids”, proferida pela infectologista Juliana Ferragut. Durante a apresentação, a médica abordou as origens dos cuidados paliativos e sua interface com o tratamento da aids, quando ainda não havia tratamentos eficazes para a doença. “O cuidado paliativo é uma expertise complexa destinada a mitigar e diminuir ao máximo o sofrimento humano perante uma condição ameaçadora à vida. A aids ainda é e será nossa seara de trabalho árduo e necessário”, enfatizou.

Após a aula magna, uma mesa-redonda reuniu médicos paliativistas para discutir importantes aspectos na abordagem paliativa de pessoas com doenças infecciosas. Entre os tópicos em destaque, “TB e Kaposi: quando não podemos curar?”, por Thaís Bandeira, coordenadora do Serviço Especializado de Cuidados Paliativos do HSJ; “A transição do cuidado: do ambiente ambulatorial para o domicílio”, por Bruno Limaverde; “Efeitos colaterais dos antimicrobianos: quando menos é mais”, por Yuri Brito, e “Conferência Familiar na UTI: os desafios da comunicação”, por João Pedro Bessa. 

Participantes tiveram um momento de meditação guiada e relaxamento durante o evento

Durante a jornada, os participantes testaram seus conhecimentos sobre os assuntos relacionados ao evento numa dinâmica de perguntas e respostas e também tiveram um momento de meditação guiada e relaxamento, conduzido pela esteticista paliativista Vanessa Andrade e pela farmacêutica paliativista Fernanda Campos. A atividade contou com mindfulness, musicoterapia e aromaterapia. “São técnicas que têm efeito muito positivo, principalmente em pessoas com doenças graves e crônicas”, pontuou Campos.

João Pedro Bessa apresentou caso interdisciplinar de um paciente de 22 anos em cuidados paliativos

O evento contou ainda com discussões de casos práticos e interdisciplinares dos cuidados paliativos, nas quais os profissionais responderam aos questionamentos dos participantes. Na ocasião, o médico paliativista João Pedro Bessa comentou sobre o “cerco do silêncio” em cuidados paliativos, que ocorre quando familiares, paciente ou até mesmo alguns profissionais da saúde evitam falar sobre a doença grave em questão.

Conforme frisou Bessa, é competência da equipe de saúde informar o paciente e a família sobre o diagnóstico nessas situações. “Quando falamos sobre a enfermidade, o que a gente nota, na maioria dos casos, é que é tirado um peso das costas tanto da família quanto do paciente”, avaliou.