Farmácia do HSJ orienta pacientes sobre a importância da adesão a tratamentos e facilita acesso a medicações estratégicas do SUS

13 de agosto de 2024 - 09:21

Assessoria de Comunicação do HSJ
Texto e fotos: Bárbara Danthéias

Farmacêutica orienta pacientes acerca do uso adequado dos remédios e informa sobre interações medicamentosas e efeitos adversos

Desde 2005, o pedreiro Ivan (nome fictício), 56 anos, recebe os medicamentos para tratamento do HIV na Farmácia do Hospital São José (HSJ), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) referência no tratamento de doenças infecciosas. “Aqui é ótimo o atendimento, me atendem muito bem, graças a Deus. É um bocado de remédios que pego aqui, para três meses. Acaba, e eu pego de novo. Eu tô indetectável, não dá nada, porque eu tomo o remédio muito direitinho”, relata o paciente.

Ivan é uma das 7.875 pessoas atendidas pelo programa de HIV da unidade, com cadastro no Sistema de Logística de Medicamento (Siclom), do Ministério da Saúde (MS). Na Farmácia do HSJ, o paciente não só recebe os medicamentos, como também é orientado sobre o uso adequado dos remédios, as interações medicamentosas e os efeitos adversos.

A farmacêutica do HSJ, Denise Girão, é uma das responsáveis por realizar esse trabalho e destaca a importância da assistência humanizada na adesão ao tratamento. “Eu procuro conversar com o paciente de início ou com aquele que está trocando o medicamento e está em dúvida de como usar ou, ainda, com os que não estão tomando o medicamento direitinho. Com isso, conseguimos resgatar a adesão ao tratamento pelo simples fato de ter um contato mais próximo com ele”, compartilha.

Além dos antirretrovirais, o Hospital São José também disponibiliza medicamentos e insumos para um extenso leque de doenças infecciosas, tais como tuberculosehepatites B e Cleishmaniosemalária e esquistossomose. Todos esses medicamentos, conforme explica a coordenadora da Farmácia do HSJ, Maria Macedo, são contemplados em programas estratégicos de saúde do SUS, que visam tratar e controlar doenças com importância epidemiológica e impacto socioeconômico.

Farmácia do HSJ fornece medicamentos estratégicos do SUS, que visam tratar e controlar doenças com importância epidemiológica e impacto socioeconômico

“Nossa farmácia é dividida em ambulatorial e hospitalar: a ambulatorial atende os pacientes do ambulatório, que vêm para consulta, e a hospitalar atende pacientes internados. Na ambulatorial, além do programa de HIV, também atendemos pacientes com tuberculose multirresistente, por meio do Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose (SITETB), interligado com o Ministério da Saúde”, exemplifica.

A gestora acrescenta ainda que o Sistema Único de Saúde (SUS) possibilita o acesso a remédios que muitos pacientes não teriam condições financeiras de comprar. Esses medicamentos são contemplados pelo Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF), estratégia de acesso a medicamentos no âmbito do SUS. “O medicamento para hepatite C, por exemplo, se você fosse comprá-lo no mercado hoje, uma caixa com 28 comprimidos custa R$ 39.900. Ele dá uma resposta virológica boa, é raro o paciente que não é curado. É um medicamento bem caro e é tudo financiado pelo SUS”, exemplifica.

Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos

A Farmácia do HSJ também integra o Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos (PGA). A iniciativa busca promover o uso racional de antimicrobianos, como antibióticos e antifúngicos, e tem como objetivo evitar o surgimento de bactérias resistentes e reduzir os custos com o uso desnecessário desses medicamentos.

Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos objetiva evitar o surgimento de bactérias resistentes e reduzir custos com o uso desnecessário desses medicamentos

A equipe é composta por farmacêutico e infectologista integrantes do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), em parceria com a equipe assistencial e com apoio do Laboratório de Microbiologia da unidade. “Atualmente, acompanhamos pacientes das unidades nas quais estão internados os pacientes mais críticos e que fazem uso de antimicrobianos de reserva, também chamados de amplo espectro, usados para combater bactérias mais resistentes”, informa Jardel Oliveira, farmacêutico que faz parte do programa no HSJ.

De acordo com Jardel, o PGA faz o acompanhamento do uso de antimicrobianos em relação à dose e à via de administração, bem como o monitoramento em relação à duração do tratamento. “Se foi previsto um tratamento de sete dias para o paciente, por exemplo, e ele já está no oitavo dia, nós discutimos com o médico se há necessidade ou não de ampliar esse tempo de tratamento”, explica.