HSJ promove grupo de conversa com pacientes com HIV para abordar questões relacionadas à adesão ao tratamento
31 de outubro de 2024 - 09:27
Assessoria de Comunicação do HSJ
Texto e fotos: Bárbara Danthéias
De iniciativa da equipe do Serviço Social junto ao Ambulatório do HSJ, o Grupo de Adesão visa abordar a adesão ao tratamento em sua integralidade
Pacientes do Hospital São José (HSJ) que vivem com HIV compartilharam, nessa terça-feira (29), suas experiências favoritas de autocuidado no encontro do Grupo de Adesão. A iniciativa foi promovida pela equipe do Serviço Social junto ao Ambulatório da unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) especializada em doenças infecciosas. O grupo visa abordar a adesão ao tratamento em sua integralidade, incluindo a discussão sobre questões sociais, psicossociais e emocionais relacionadas à vida do paciente com HIV.
A atividade teve como tema “Como anda meu tratamento? Conversando sobre o autocuidado” e proporcionou um espaço para os participantes comentarem sobre cuidados com a saúde que vão além do uso adequado dos medicamentos, como fazer atividade física, alimentar-se de forma saudável e ter momentos de lazer.
“O objetivo maior é a adesão do tratamento, e nós sabemos que, quando eles se vinculam ao grupo, eles se sentem mais à vontade para compartilhar a própria história. Nós costumamos chamar de ‘adesão à vida’, porque o tratamento não é só a medicação, mas envolve várias outras questões que serão trabalhadas neste grupo”, explica a assistente social do HSJ e coordenadora do grupo, Laurinete Andrade. Atualmente, também integram a equipe as assistentes sociais do HSJ, Danielle Moraes e Rayanne Valentim.
Andrade destaca que o grupo já existe desde meados de 2010, mas teve que interromper suas atividades em 2020, com o surgimento da pandemia da covid-19. Ao longo dos encontros, são trazidos profissionais de diversas áreas para discutir os pontos que mais causam dúvidas em relação à vida com HIV. O grupo é formado por pacientes que realizam acompanhamento do HIV no HSJ convidados pelo Serviço Social da unidade. Os encontros são mensais.
A retomada das atividades, neste mês de outubro, contou com 12 participantes, incluindo pacientes que já frequentavam o grupo anteriormente, como Renato [nome fictício], que recebeu o diagnóstico de HIV aos 17 anos de idade, em 1989.
“Eu acho importante esse espaço para a gente conversar e se abrir porque, geralmente, você não leva o diagnóstico para fora daqui, você guarda para você. E aqui, com o auxílio da assistente social e dos residentes, você já sai um pouco mais confortável, você aprende alguma coisa, conversa com outros pacientes e vê que não é só você que vive com HIV: tem muitas pessoas de diferentes religiões e classes sociais que também estão passando por aquilo, e isso fortifica a gente”, compartilha.
Pacientes destacaram a importância de um espaço para compartilhar sentimentos abertamente, sem julgamentos
Já Cíntia [nome fictício], que vive com HIV há 19 anos, participou do grupo pela primeira vez, a convite de uma amiga. “A gente consegue falar as coisas que a gente sente abertamente, e eu sei que não vou ser julgada. Isso é importante. O que eu gosto dessas rodas de conversa é isso, essa liberdade que eu tenho de falar”, ressalta.
A iniciativa contou ainda com a participação dos residentes multiprofissionais em Infectologia do HSJ, como o enfermeiro Paulo Victor Monteiro. Para ele, o grupo proporcionou uma maior proximidade com os pacientes, abrindo uma oportunidade para descobrir como os pacientes cuidam da própria saúde fora do ambiente hospitalar.
“É realmente saber como está a vida e fazer aquela escuta, trabalhando o autocuidado de uma forma cotidiana. E a gente vê como eles buscam essa conexão não só com os profissionais de saúde, mas também com seus pares”, avalia.