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Moveres: 7º Encontro Científico da Fisioterapia promove qualificação da prática profissional

27 de novembro de 2024 - 09:06

Evento retorna após interrupção de quatro anos devido à pandemia; 7ª edição do Moveres contou com ampla participação de fisioterapeutas do HSJ

Após um período de interrupção de quatro anos devido à pandemia da covid-19, o Moveres — Encontro Científico da Fisioterapia do Hospital São José (HSJ) retornou em sua sétima edição, na última sexta-feira (22), com assuntos atuais e relevantes para toda a categoria. Durante o evento, foram discutidos temas como a atuação multidisciplinar no paciente com tétano grave e a atuação do fisioterapeuta na síndrome do desconforto respiratório agudo.

A diretora técnica do HSJ, Ruth Araújo, enfatizou o respeito e a admiração que tem pelo trabalho desempenhado pela Fisioterapia, sobretudo durante a pandemia. “Eu estava observando o tema ‘Diálogo e conhecimento no recomeço’, e gostaria de dizer que esse recomeço só foi possível graças ao trabalho de vocês da Fisioterapia”, ressaltou.

Para a gerente da Fisioterapia do HSJ, Ana Karine Gomes, iniciativas como o Moveres são essenciais para a promoção do conhecimento e a atualização dos fisioterapeutas. “Estamos aqui recomeçando nossas atividades que foram interrompidas durante a pandemia, e receber conhecimento é sempre bom e nunca é demais”, assinalou.

A atuação da Fisioterapia na Emergência do Hospital São José foi tema de palestra ministrada pela fisioterapeuta Érika Batista

Fisioterapeuta do HSJ, Érika Batista abordou a atuação da Fisioterapia na Emergência do Hospital São José. Ela destacou que cada emergência está inserida no contexto particular da unidade. “Nós temos muitos atendimentos de insuficiência respiratória aguda, seja por histoplasmose, seja por pneumocistose, seja pelo grande gargalo que é a tuberculose. Normalmente, o grande público é HIV, com neurotoxoplasmose”, exemplificou. Ela também acentuou a importância da interação multidisciplinar na tomada conjunta de decisões, geração de protocolos de atendimento e melhoria das notificações.

A atuação multidisciplinar na assistência ao paciente com tétano grave também foi tema de discussão durante o encontro. O assunto foi debatido pela enfermeira Ana Cláudia Feitosa, pela terapeuta ocupacional Marina Girão e pela fonoaudióloga Mirian Albuquerque, mediado pela fisioterapeuta Riany Sena.

O evento também debateu, em mesa-redonda, a assistência multidisciplinar ao paciente com tétano grave

Conforme Albuquerque, os pacientes em quadro grave de tétano demandam bastante atenção da equipe multiprofissional devido ao alto risco de mortalidade, acima de 25%. “Na parte fonoaudiológica, quando esse paciente vem grave, geralmente está associado a uma traqueostomia, que traz muito impacto na questão da deglutição. Ele chega com apertamento dentário e dificuldade para se alimentar e se comunicar. A reabilitação fonoaudiológica está ligada a esses dois aspectos: deglutição e comunicação”, pontuou.

Já no que se refere à atuação da Terapia Ocupacional, Girão frisou que o objetivo é evitar as possíveis sequelas da doença, como a queda plantar. “No tétano inicial, o paciente tem um período em que sofre muitos espasmos: se o sol pegar nele ou se a gente tocar nele, ele pode ter uma contratura. Nós fazemos um trabalho de prevenção para que, num futuro próximo, ele não tenha tanto sofrimento”, explicou.

A fisioterapeuta Maryanne Tavares abordou a atuação da Fisioterapia na síndrome do desconforto respiratório agudo

O evento foi finalizado com a palestra Atuação da Fisioterapia na síndrome do desconforto respiratório agudo: entenda o que mudou, ministrada pela fisioterapeuta do HSJ, Maryanne Tavares. Segundo ela, um estudo recente demonstrou que pacientes que evoluíram para o óbito tinham um drive pressure maior que 15. “O drive pressure é justamente isso: é a pressão dentro do álveolo. Se eu tenho uma pressão muito grande, eu tenho mais risco de lesão e vou perder a complacência pulmonar, e temos que ter muito cuidado com isso”, alertou.