Hospital São José orienta população sobre prevenção de ISTs no período carnavalesco
20 de fevereiro de 2025 - 14:36
Assessoria de Comunicação do HSJ
Texto: Bárbara Danthéias
Fotos: Bárbara Danthéias/Tiago Stille (Ascom Casa Civil)
Camisinha é o método mais acessível e eficaz contra a maioria das ISTs (Foto: Bárbara Danthéias)
O Carnaval está se aproximando e os pré-carnavais já tomam conta de toda a cidade. É tempo de festa, música, dança e muita paquera. Para a diversão perdurar durante todo o período festivo e não terminar em preocupação e dor de cabeça, alguns cuidados com a saúde precisam ser tomados, sobretudo, em relação às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
O método mais conhecido, acessível e eficaz contra ISTs — HIV, sífilis, hepatites, gonorreia e várias outras — continua sendo a camisinha. “É um método de barreira que reduz a transmissão da maioria das ISTs e também funciona como método anticoncepcional, evitando uma gestação não planejada”, destaca Lara Távora, infectologista do Hospital São José (HSJ), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
Atualmente, pessoas com vida sexual ativa podem contar com uma ampla diversidade de métodos de prevenção. Desde 2013, o Ministério da Saúde adota o conceito da prevenção combinada: várias estratégias preventivas que, reunidas, reduzem de forma considerável o risco de adquirir uma IST. Elas vão desde medicamentos que previnem a infecção pelo vírus HIV até vacinas contra HPV e hepatite B.
PrEP e PEP previnem infecção pelo HIV
A PrEP — abreviação para profilaxia pré-exposição — consiste na tomada diária de medicamentos antirretrovirais antes da exposição de risco ao HIV, como medida de prevenção contra a infecção. Segundo a infectologista do HSJ, Lara Távora, a PrEP é indicada, principalmente, para pessoas que se relacionam com múltiplos parceiros e para casais sorodiferentes (nos quais um parceiro tem HIV e o outro não).
PrEP previne infecção pelo HIV, mas não substitui a proteção da camisinha contra outras ISTs (Foto: Bárbara Danthéias)
“Em Fortaleza, as pessoas podem ter acesso à PrEP pelo SUS, por meio das policlínicas ou pelo atendimento on-line da Sesa — o Tele PrEP e PEP. O atendimento também pode ser realizado em consultório privado e os medicamentos, uma vez prescritos pelo médico, podem ser retirados em algumas farmácias do SUS ou comprados pelo paciente”, explica. No HSJ, o atendimento de PrEP é destinado a pacientes do interior do Ceará, onde não há esse serviço disponível.
Já a PEP — profilaxia pós-exposição — é feita quando já houve exposição de risco ao vírus HIV, como relações sexuais sem preservativo, violência sexual ou acidentes com materiais perfurocortantes. Foi o caso de Marcelo [nome fictício], 31, que teve uma relação sexual desprotegida e buscou o serviço de emergência do Hospital São José, que funciona 24 horas por dia, todos os dias.
“Em poucos minutos, fui atendido e fiz os exames. Tive que esperar cerca de duas horas para receber os resultados. Em seguida, voltei ao médico, que me passou a PEP e as orientações. Eu me senti mais seguro, no entanto, sempre bate uma ansiedade em relação aos exames e uma certa culpa por não ter usado camisinha na hora do sexo”, confessa.
A administração da PEP é indicada num intervalo de, no máximo, até 72 horas após a exposição. “O acesso à PEP pode ser realizado nas policlínicas, no Hospital São José e por meio do atendimento on-line Tele PrEP e PEP da Secretaria da Saúde”, informa Távora.
Leia também: Conheça o serviço on-line de orientação sobre prevenção combinada contra o HIV
Outras medidas de prevenção
A vacinação contra HPV e hepatite B e a realização de testes rápidos para HIV, sífilis, hepatite B e C são outras medidas que reforçam a proteção contra as ISTs. Para ter acesso a elas, a população pode buscar atendimento nas unidades básicas de saúde ou nas policlínicas.
O Programa Nacional de Imunizações disponibiliza vacinas que previnem contra duas ISTs: a hepatite B e o HPV (Foto: Tiago Stille/Governo do Ceará)
A infectologista do HSJ salienta que a maioria das ISTs podem ser tratadas e curadas. “Até mesmo o HPV, apesar de ter uma eliminação mais lenta do organismo, ainda é passível de cura”, ressalta Távora. Entretanto, duas das ISTs mais frequentes não têm tratamento definitivo, embora possam ser controladas: HIV e herpes.
No caso do HIV, o tratamento da infecção é capaz de barrar até mesmo a transmissão da doença, o que se traduz no conceito de “indetectável = intransmissível”, como explica Lara Távora. “A quantidade de vírus no organismo fica tão baixa a ponto de não ser detectada pelos exames que quantificam a carga viral no sangue dos pacientes. Isso se reflete em uma carga viral baixíssima nas secreções sexuais, fazendo com que o paciente não transmita mais o vírus pela via sexual”, detalha a médica.