Conheça três doenças que podem ser transmitidas pelo beijo
11 de abril de 2025 - 11:33
Assessoria de Comunicação do HSJ
Texto: Bárbara Danthéias
Fotos: Bárbara Danthéias/Pixabay
Dia Internacional do Beijo é comemorado em 13 de abril (Foto: Pixabay)
No próximo dia 13 de abril, o mundo celebra o Dia Internacional do Beijo. Nesta data que homenageia um dos gestos mais significativos de amor e carinho entre indivíduos, o Hospital São José (HSJ), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), informa sobre como prevenir e tratar as principais doenças transmitidas pelo beijo, a fim de assegurar que as pessoas continuem praticando esse ato de forma saudável e prazerosa.
Entre as doenças cujo contágio acontece pelo beijo, destacam-se a mononucleose, a herpes labial e a sífilis. Enquanto as duas primeiras são transmitidas por vírus — Epstein-Barr e Herpes simplex, respectivamente —, a sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum.
O infectologista do HSJ, Francisco José Cândido, ressalta que essas doenças possuem ainda outras formas de transmissão, e o beijo constitui apenas uma delas. A mononucleose, apesar de ser conhecida popularmente como a “doença do beijo”, é transmitida pelo contato com gotículas respiratórias da pessoa infectada, o que pode ocorrer através da tosse, espirro ou até mesmo da fala entre indivíduos próximos.
“A herpes e a sífilis mantêm um importante contexto de transmissão sexual e são consideradas, inclusive, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Com relação ao beijo, em específico, existe a necessidade de ter lesão ativa de herpes e sífilis para poder ocorrer essa transmissão”, explica. Em caso de suspeita de qualquer uma dessas doenças, o infectologista aconselha o indivíduo a buscar a unidade básica de saúde mais próxima de sua casa.
Mononucleose
Segundo o médico, cada uma dessas doenças apresenta sintomatologias diferentes. “Na mononucleose, por exemplo, o paciente vai fazer o que chamamos de síndrome mono-like: dor de garganta, febre, dor no corpo e nas articulações, dor de cabeça discreta e rash cutâneo, ou seja, uma vermelhidão na pele”, enfatiza.
Após o contato, a infecção leva, em média, de duas a três semanas para manifestar esses sintomas. O tratamento da mononucleose consiste em uma terapia de suporte para alívio dos sintomas, já que não existe terapia específica para combater a doença.
Herpes
Já a herpes labial se apresenta como pequenas bolhas dolorosas na região da boca, que podem se romper e se tornar uma pequena lesão ulcerada. O período de incubação [tempo entre a infecção e o aparecimento dos sintomas] do vírus no organismo varia de 10 a 15 dias após o contato.
Segundo o infectologista do HSJ, Francisco José Cândido, queda da imunidade e fenômenos emocionais podem desencadear um novo quadro de herpes (Foto: Bárbara Danthéias)
“Para a herpes, existe uma perspectiva um pouco menos favorável, porque o vírus acaba se resguardando no corpo e, a cada processo de queda de imunidade, mudança de temperatura, uma gripe forte ou até fenômenos emocionais, o paciente pode apresentar um novo quadro da infecção”, detalha o especialista.
Cândido acrescenta ainda que, apesar de não haver cura para a herpes, a terapia medicamentosa pode contribuir para diminuir o tempo da doença, resolvendo os sintomas mais precocemente.
Sífilis
As lesões da sífilis, por outro lado, não costumam causar dor. Conforme o infectologista, pacientes com a doença também podem apresentar manchas pelo corpo e, em quadros mais crônicos, sintomas neurológicos como dor de cabeça, visão turva e tontura, além de demência e quadros isquêmicos, em situações mais extremas.
O tempo médio de incubação dessa infecção bacteriana é de cerca de três semanas, podendo variar de dez até 90 dias após a exposição. Ao contrário da herpes, a sífilis tem cura. “A terapia é feita com penicilina e dura entre uma e três semanas. Com o tratamento realizado de forma adequada e sem novas exposições, nós podemos garantir, sim, a cura”, frisa.
Prevenção
De acordo com o infectologista do HSJ, Francisco José Cândido, as doenças transmitidas pelo beijo podem ser evitadas com medidas simples. “Evitar beijar pessoas que têm lesões visíveis em lábios, na parte mais externa da gengiva, que você pode visualizar ali, durante uma conversa, se há alguma lesão”, recomenda.
O especialista ainda reforça: “Além de evitar esse contato com pessoas que têm lesões na boca, o uso do preservativo constitui, para a sífilis e para a herpes, uma medida super importante para prevenir essa transmissão”.