Da porta de entrada aos bastidores da linha de frente: conheça os profissionais do HSJ que também ajudam a salvar vidas

30 de abril de 2021 - 03:00


Maqueiro do Hospital São José transporta paciente nas dependências da unidade

A linha de frente do combate à pandemia é ampla e diversificada. Na rotina das unidades hospitalares, colaboradores de diferentes áreas atuam, direta ou indiretamente, para proporcionar um atendimento de qualidade aos pacientes internados com Covid-19. No Hospital São José (HSJ), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o trabalho de funcionários como vigilantes, recepcionistas, maqueiros, auxiliares de serviços gerais, motoristas, copeiros e trabalhadores da manutenção e rouparia é imprescindível para o bom funcionamento de todos os serviços prestados à população.

São colaboradores que, assim como os profissionais de saúde, também estão sujeitos ao risco de contaminação e ajudam diariamente a salvar vidas. Juliana Bento, de 29 anos, compõe a equipe de higienização do HSJ, que conta com aproximadamente cem funcionários. Ela começou a trabalhar no hospital há um ano, pouco tempo antes de os primeiros casos de Covid-19 serem confirmados no Estado. “Com os treinamentos, a gente se sentiu um pouco mais segura, mas o medo de se infectar existia e ainda existe”, diz a jovem, diagnosticada duas vezes com coronavírus num intervalo de cinco meses.

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Juliana é uma das cem funcionárias do setor de Higienização do HSJ

Apesar do receio, Juliana sabe da importância do trabalho que desempenha no hospital. Funcionária da unidade semi-intensiva, onde estão internadas pessoas com quadro grave de Covid-19, ela prepara o espaço diariamente para receber profissionais e pacientes. “Eu faço higienização no geral. Desinfecção de leitos, camas, limpeza do chão, banheiros e equipamentos. Eu acho que o nosso trabalho é, sim, tão essencial quanto o de outros funcionários”, orgulha-se.

A copeira Josênia Rodrigues Oliveira, de 34 anos, compartilha do mesmo sentimento de satisfação. Ela é uma das funcionárias encarregadas de transportar cuidadosamente a alimentação preparada no refeitório do HSJ até os leitos dos pacientes. “É gratificante estar ajudando pessoas e famílias que a gente não conhece. Essa é uma doença nova e, de uma hora para outra, o hospital precisou receber os pacientes. É muito difícil, mas eu me coloco no lugar do outro. Nós deixamos nossas famílias em casa para ajudar quem precisa”, compartilha a colaboradora.

Há seis anos trabalhando no São José, Josênia destaca a coletividade como uma das principais características da unidade. “É muito bom saber quando um paciente recebe alta, ver que aquele nosso trabalho teve um bom resultado. Eu costumo dizer que o hospital é uma equipe. Começa pela portaria e de lá vai até a equipe médica. É um conjunto, na verdade, com todo mundo se ajudando”, pontua.

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Antônio Vilemar integra o time de 16 vigilantes do HSJ

O vigilante Antônio Vilemar, de 53 anos, não demorou para perceber este espírito de equipe. Por trabalhar na portaria, ele é um dos primeiros funcionários do hospital a ter contato com os pacientes que chegam à unidade. “Eu acho importante recepcionar as pessoas com bom tratamento, porque quem vem pra cá não vem só com um problema, uma doença, também tem a questão do psicológico, né? Eu vejo que todas as pessoas aqui se dedicam ao paciente, todo mundo se preocupa. Isso, pra mim, é um diferencial”, reconhece.

Convívio com o paciente

Maqueiro no HSJ há 16 anos, Edmilson Teixeira exerce, como os outros colegas, uma função indispensável em qualquer unidade hospitalar. O profissional realiza o transporte de pacientes com mobilidade reduzida nas dependências da instituição, seja durante um exame, uma internação ou alta. “Muitas vezes, se não tiver o maqueiro, o paciente não é transportado. Às vezes, até pra subir um paciente na cama, tem que chamar o maqueiro. Durante a pandemia, a demanda acabou aumentando muito. Você saia de um [paciente] e já ia pra outro”.

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Edmilson entrou no HSJ como auxiliar de serviços gerais e, após dois anos, se tornou maqueiro

Para o colaborador, mesmo diante de tantos desafios, a convivência diária com pessoas internadas traz aprendizados e é gratificante. “De tanto a gente conviver com o paciente, a gente acaba criando um laço, uma amizade. Também é muito bom receber o agradecimento deles em palavras ou com um simples olhar. Às vezes, uma palavra é melhor que qualquer outra gratificação”.

Reconhecimento

Como forma de escutar os colaboradores e integrá-los à gestão, a direção do Hospital São José preza pelo diálogo permanente com profissionais dos mais diversos setores que compõem a unidade. Antes da pandemia, eram realizadas reuniões mensais com o objetivo de trocar experiências e repassar informações importantes.

O médico infectologista e diretor-geral do HSJ, Edson Buhamra Abreu, afirma que os encontros sempre foram, também, oportunos para conscientizar os funcionários sobre a relevância do trabalho que cada um exerce em prol do paciente. “Quem dá sustentação à assistência é esse conjunto de colaboradores. São eles que dão as condições, dentro da instituição, para que a gente possa prestar um atendimento de qualidade ao paciente”, reforça Buhamra, destacando que, durante o período pandêmico, os profissionais conseguiram desempenhar um trabalho excepcional em meio a uma carga de trabalho e responsabilidade ainda maior.

“Eu tenho uma admiração muito grande por todas essas pessoas. Pela humildade, pela presteza, pela dedicação. Sem elas, não existe Hospital São José. Eu não consigo diferenciar a relevância de um desses profissionais para um médico ou enfermeiro, por exemplo”, complementa.

Assessoria de Comunicação do HSJ
Texto e fotos: 
Diego Sombra