Fábrica de vacinas no Ceará descentraliza produção tecnológica da saúde

14 de setembro de 2012 - 19:29

O Ceará inicia em 2015 a produção de vacinas para atender a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS). A previsão é do diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Artur Roberto Couto, que apresentou na manhã de sexta-feira, 14, no auditório Waldir Arcoverde da Secretaria da Saúde do Estado, o projeto de instalação da fábrica de vacinas no Polo Industrial e Tecnológico da Saúde, no Eusébio, município da Região Metropolitana de Fortaleza. Com produção baseada em plataforma vegetal, a fábrica começará com uma planta industrial de expressão transiente em plantas, tecnologia desenvolvida pela Fraunhofer Center of Molecular Bioptechnology, parceira norte-americana da Fiocruz, e produzirá inicialmente vacina para febre amarela.

“Se o governador Cid Gomes não colocasse a saúde como prioridade o projeto não teria condições de se transformar de um sonho, acalentado desde 2007, em realidade”, afirmou o secretário da saúde do Estado, Arruda Bastos. “É um projeto de desenvolvimento, que vai gerar renda, emprego e conhecimentos”, destacou. O ex-secretário da Sesa e atual deputado federal, João Ananias, que integrou enquanto gestor da Sesa a equipe de gestores que sonhavam com a unidade da Fiocruz no Ceará e a fábrica de vacinas, disse que “ver o Ceará, o 22º Estado mais pobre da federação galgando esse nível e sendo protagonista de desenvolvimento descentralizado no eixo Rio e São Paulo é vivenciar um momento histórico”.   

O  Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos está em fase de contratação do projeto básico e do projeto executivo da fábrica cearense e aguarda definição do terreno para o início dos serviços de terraplenagem, que deverão ter início em janeiro de 2013. A instalação do Centro de Produção em Plataforma Vegetal no Ceará foi confirmada em abril deste ano. A primeira fábrica de vacinas da Fiocruz fora do Rio de Janeiro tem no orçamento deste ano R$ 20 milhões de reais para o Polo Industrial da Saúde e mais R$ 150 milhões autorizados para o triênio 2013, 2014 e 2015 – R$ 50 milhões por ano – destinados ao empreendimento. A fábrica terá cerca de 84 mil metros quadrados de área construída e, além da área industrial, terá um prédio para de desenvolvimento tecnológico de novos produtos.

Bio-Manguinhos é a unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) responsável pelo desenvolvimento tecnológico e pela produção de vacinas, reativos e biofármacos voltados para atender prioritariamente às demandas da saúde pública nacional, garantindo autossuficiência em vacinas essenciais para o calendário básico de imunização do Ministério da Saúde. O número de vacinas entregue para o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde aumenta anualmente. Em 2011, foram mais de 144,5 milhões de doses de vacinas entregues ao programa, mais de 6 milhões de reações para kits de diagnóstico e 9,6 milhões de frascos de biofármacos. Os produtos de Bio-Manguinhos garantem à população brasileira acesso gratuito a imunobiológicos de alta tecnologia e permitem a redução dos gastos do Ministério da Saúde.

Desde 2001, o Instituto é pré-qualificado junto à Organização Mundial da Saúde (OMS) para o fornecimento das vacinas febre amarela e mais recentemente, em 2008, para a vacina meningocócica AC para agências das Nações Unidas. Com mais de 560 milhões de doses de vacinas fornecidas de 2007 a 2011, Bio-Manguinhos é o maior produtor de imunobiológicos do Brasil e o maior produtor público de vacinas da América Latina, com 134 milhões de doses exportadas para 74 países.

Atração de empresas

O projeto do Polo Industrial e Tecnológico da Saúde consiste na implantação de um Polo Tecnológico da Saúde, no bairro da Precabura, município de Eusébio. A propriedade na qual será implantado o empreendimento tem uma área total de 55 hectares. O local já foi desapropriado pelo Estado, conforme o decreto nº 29.803, de 15 de julho de 2009. São três empresas âncoras: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), CTI Renato Archer (vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia) e Isofarma. A área institucional tem cerca de 25 hectares e as áreas restantes serão ocupadas por novos empreendimentos. Há 17 empresas interessadas em se instalar no polo, quatro delas recomendadas pela Fiocruz, e 14 projetos em andamento. O projeto de implantação do PITS tem como objetivo principal desenvolver o setor farmoquímico do Ceará, promover a integração entre academia e indústria e fomentar a sinergia entre as indústrias que formam o polo.


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