ONU mostra queda na transmissão de Aids no mundo

23 de setembro de 2013 - 17:29

Relatório divulgado nesta segunda-feira, 23 de setembro, pela Organização das Nações Unidas mostra uma redução de 33% de novos infectados pela Aids em todo o mundo entre 2001 e 2012, incluindo crianças e adultos. O resultado mantém a tendência de queda que vem ocorrendo desde 1997, conforme relatórios divulgados pela ONU neste período. Em 2011, por exemplo, o órgão estimava em 2,5 milhões de novos infectados. Conforme o relatório, o número caiu para 2,3 milhões pessoas infectadas em 2012. A ONU ressalta que em pelo menos 26 países o percentual caiu mais de 50%.

A Unaids, órgão da ONU que cuida do combate à Aids, celebra a redução de novos infectados entre crianças. Ao todo, 260 mil crianças contraíram Aids no ano passado, uma queda de 52% desde 2001. De acordo com o relatório, hoje cerca de 35 milhões de pessoas vivem com Aids no mundo.

Sobrevida

O documento ressalta que o aumento do acesso ao tratamento tem dado mais sobrevida aos infectados, o que faz crescer o número de pessoas registradas com Aids. Segundo a ONU, a expectativa é que em 2015 ao menos 15 milhões estejam recebendo tratamento. Até o fim de 2012, o número era de 9,7 milhões. A ONU comemora também a redução no número de mortes, em torno de 30% em relação a 2005. Em 2012, 1,6 milhão de pessoas morreram por causa da Aids, sete anos antes foram 2,1 milhões de mortes.

Brasil

A tendência geral também é percebida na América Latina, com 86 mil novos casos registrados em 2012, contra 97 mil em 2001. Mas, no Brasil, os números não são tão animadores. Desde o início da epidemia, em 1980, até junho de 2012, O país teve 656.701  de Aids, de acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. Observando-se a epidemia por região, em 10 anos, só houve queda na taxa de incidência no Sudeste (de 22,9 para 21 casos por 100 mil habitantes). Nas outras regiões, cresceu: 27,1 para 30,9 no Sul; 9,1 para 20,8 no Norte; 14,3 para 17,5 no Centro-Oeste; e 7,5 para 13,9 no Nordeste.
 
Perfil
Atualmente, no Brasil, ainda há mais casos da doença entre os homens do que entre as mulheres. A faixa etária em que a Aids é mais incidente, em ambos os sexos, é a de 25 a 49 anos de idade. Quanto à forma de transmissão entre os maiores de 13 anos de idade, prevalece a sexual. Nas mulheres, 86,8% dos casos registrados em 2012 decorreram de relações heterossexuais com pessoas infectadas pelo HIV. Entre os homens, 43,5% dos casos se deram por relações heterossexuais, 24,5% por relações homossexuais e 7,7% por bissexuais. O restante ocorreu por transmissão sanguínea e vertical.


Com dados da ONU e Ministério da Saúde

Assessoria de Comunicação Hospital São José
Franciane Amaral
85 8770.3090/9992.3095

 

Em números absolutos, é possível redução de casos de aids em menores de cinco anos: passou de 846 casos, em 2001, para 745, em 2011. O resultado confirma a eficácia da política de redução da transmissão vertical do HIV (da mãe para o bebê). Quando todas as medidas preventivas são adotadas, a chance de transmissão vertical cai para menos de 1%. Às gestantes, o Ministério da Saúde recomenda o uso de medicamentos antirretrovirais durante o período de gravidez e no trabalho de parto, além de realização de cesárea para as mulheres que têm carga viral elevada ou desconhecida. Para o recém-nascido, a determinação é de substituição do aleitamento materno por fórmula infantil (leite em pó) e uso de antirretrovirais.