Coqueluche: uma doença que ainda merece atenção.

9 de abril de 2014 - 13:56

A doença também conhecida como “tosse comprida”, é uma moléstia infecciosa aguda do trato respiratório transmitida por uma bactéria. Os casos da doença têm aumentado em diversos países, nos últimos anos.

O contágio se dá pelo contato direto com a pessoa infectada ou por gotículas eliminadas pelo doente ao tossir, espirrar ou falar. A infecção pode ocorrer em qualquer época do ano e em qualquer fase da vida, mas acomete especialmente as crianças menores de dois anos.

Principalmente nas crianças e nos idosos, ela pode evoluir para quadros graves com complicações pulmonares, neurológicas, hemorrágicas e desidratação.

A tosse seca e contínua por mais de duas semanas em jovens e adultos pode ser sinal de que foram novamente infectados pela bactéria da tosse comprida, apesar de terem recebido a vacina na infância ou de terem ficado doentes.

Sintomas

O período de incubação varia entre 7 e 17 dias. Os sintomas duram cerca de seis semanas e podem ser divididos em três estágios consecutivos;

1) Estágio Inicial: febre baixa, coriza, espirros, falta de apetite, mal-estar, tosse noturna, sintomas que podem ser confundidos com os da gripe e resfriados comuns;

b) estágio intermediário ou paroxístico (duas semanas): acessos de tosse paroxística, ou seja, com maior intensidade. Os períodos de falta de ar e o esforço para tossir podem provocar vômitos;

c) estágio de convalescença: em geral, a partir da quarta semana, os sintomas vão regredindo até desaparecerem completamente.

Diagnóstico

O diagnóstico é basicamente clínico. Em grande parte dos casos, exames laboratoriais podem ajudar a determinar a presença da bactéria.

Vacina

Apesar de a vacina contra coqueluche não oferecer proteção permanente, é indispensável vacinar as crianças.

A vacina tríplice clássica (DPT) contra difteria, coqueluche e tétano faz parte do Calendário Oficial de Vacinação do Ministério da Saúde e deve ser ministrada aos dois, quatro e seis meses de idade, com doses de reforço aos 15 meses e aos 5 anos.  Embora a imunização dure cerca de dez anos, essa vacina não deve ser aplicada depois dos seis anos de idade.

Felizmente, adultos e crianças já vacinados dificilmente voltam a contrair a doença, a não ser que sejam expostos ao contato íntimo com um portador de coqueluche ou nos surtos da doença.

Nesses casos, a vacina contra difteria, coqueluche e tétano acelular (DPTa) oferece proteção por aproximadamente dez anos e pode ser utilizada como forma de prevenir essas doenças.

Tratamento

Paciente com coqueluche deve permanecer em isolamento respiratório enquanto durar o período de transmissão da doença. Na maioria dos casos, o tratamento pode ser ambulatorial e realizado em casa, mas com acompanhamento médico. A hospitalização só se torna necessária, quando ocorrem complicações e é preciso oferecer suporte de oxigênio e alimentação parenteral.

Recomendações

Uma vez diagnosticada a doença, alguns cuidados simples são importantes no atendimento ao doente:

* Mantenha o doente afastado de outras pessoas e em ambientes arejados, enquanto durar a fase de transmissão da doença;

* Ofereça-lhe líquidos com frequência para evitar a desidratação e refeições leves, em pequenas porções, mas várias vezes ao dia;

* Separe talheres, pratos e copos para uso exclusivo da pessoa com coqueluche;

* Não vale confiar com receitas caseiras para tratamento da tosse típica da coqueluche;

* Lave cuidadosamente as mãos antes e depois de entrar em contato com o paciente.

De acordo com o Ministério da Saúde, familiares, amigos, colegas de escola ou de trabalho devem uma dose da vacina DPTa.