Campanha faz busca de casos de hanseníase em escolas

1 de agosto de 2014 - 12:16

Com coeficiente de detecção de 23,6 casos novos por 100 mil habitantes em 2013 no Ceará, considerado muito alto, a hanseníase ainda é um sério problema de saúde pública no Estado. Na perspectiva de ampliação da rede de acesso ao diagnóstico precoce da doença e o desenvolvimento de ações estratégicas para interromper a cadeia de transmissão, a Secretaria da Saúde do Estado mobilizará escolas públicas de 92 municípios na semana de 4 a 8 de agosto para a campanha de busca ativa de casos novos de hanseníase promovida pelo Ministério da Saúde, que atenderá aproximadamente 962 mil crianças e adolescentes. O controle da hanseníase é baseado no diagnóstico precoce, tratamento e cura, visando eliminar as fontes de transmissão da doença.

A campanha envolverá escolares na faixa etária de 5 a 14 anos que frequentam o ensino fundamental, matriculados em escolas públicas, nos 1.200 municípios brasileiros considerados prioritários, com as maiores cargas dessas doenças. Além da busca ativa de casos novos de hanseníase, serão realizados tratamentos de verminoses com albendazol e exames para detecção do tracoma na população alvo. No Ceará, foram notificados 1.758 casos novos de hanseníase em menores de 15 anos no período de 2001 a 2013, com média anual de 135 casos. A ocorrência da doença nessa faixa etária demonstra a existência de foco de transmissão ativo que requer ações de controle para quebrar a cadeia de transmissão.

A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae). Não é hereditária e sua evolução depende de características do sistema imunológico da pessoa que foi infectada. Apresenta múltiplas manifestações clínicas e se exterioriza, principalmente por lesões dos nervos periféricos e lesões cutâneas. Em um país endêmico como o Brasil, em qualquer pessoa com alteração de sensibilidade na pele deve-se pensar em hanseníase. Situações de pobreza como precárias condições de vida, desnutrição, alto índice de ocupação das moradias e outras infecções simultâneas podem favorecer o desenvolvimento e a propagação da hanseníase.

A transmissão se dá entre pessoas. Uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar – MB), estando sem tratamento, elimina o bacilo pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim transmiti-lo para outras pessoas suscetíveis. O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas pessoas adoecem porque a maioria tem capacidade de se defender contra o bacilo. O contato direto e prolongado com a pessoa doente em ambiente fechado, com pouca ventilação e ausência de luz solar, aumenta a chance da pessoa se infectar. Assim que a pessoa doente começa o tratamento deixa de transmitir a doença.

Assessoria de Comunicação da Sesa
Selma Oliveira / Marcus Sá /  ( selma.oliveira@saude.ce.gov.br/ 85 3101.5220 / 3101.5221)