Redes de atenção são a solução para a saúde, diz Eugênio Vilaça

29 de julho de 2015 - 20:34

Fotos: Assessoria de Comunicação da Sesa

Com o objetivo de expandir o projeto de planificação da atenção primária em saúde para todo o Ceará, como definiu o secretário Henrique Javi, a Secretaria da Saúde do Estado promoveu namanhã desta quarta-feira, 29 de julho, mais uma agenda do ciclo de atividades Momento Gestão, com palestra do especialista em planejamento de saúde e consultor em Saúde Pública Eugênio Vilaça Mendes, para preparar e atualizar gestores e técnicos da saúde. O tema da palestra foi   “Modelos de Atenção em Saúde – perspectivas para o Estado do Ceará”. Ao afirmar que a implantação das redes de atenção à saúde é a solução para o quadro atual da saúde pública no Brasil, Vilaça disse que o Ceará reúne as condições para seguir esse caminho por ter sido pioneiro na implantação dos agentes comunitários de saúde, do Programa Saúde da Família e da regionalização da saúde.

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Contraponto ao modelo fragmentado de atenção à saúde, caracterizado pelo descompasso entre o sistema de atenção e a situação epidemiológica da população, as redes de atenção à saúde estruturam-se para enfrentar uma condição de saúde específica, por meio de um ciclo completo de atendimento, o que implica a continuidade da atenção (primária, secundária e terciária) e a sua integralidade, envolvendo ações de promoção, de prevenção e de gestão das condições de saúde, estabelecidas por meio de intervenções de cura, cuidado, reabilitação e paliação. Para Vilaça, a solução para a crise da saúde é mudar o sistema atual e integrá-lo em rede.

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“A atenção primária de saúde é mais complexa que o hospital”, sustentou o especialista na defesa da integração do sistema de saúde em rede, ao fazer referência à complexidade das ações de promoção de mudanças de comportamentos e de estilos de vida da população em relação à saúde. Para ele, os níveis de atenção secundário e terciário constituem-se de tecnologias de maior densidade tecnológica, mas não de maiores complexidades. “Há uma avalanche de tecnologias que não conseguimos aplicar de forma racional”, observou. Ele lembrou que a terceira causa de mortes nos EUA atualmente é o excesso de diagnósticos e tratamentos médicos. Segundo ele, esses diagnósticos e tratamentos desnecessários representam de 30% a 50% dos gastos totais em saúde naquele país.

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Eugênio Vilaça defende que a coordenação das redes de atenção sejam da atenção primária, que segundo ele tem a capacidade de atender e resolver 90% dos problemas de saúde da população. “Se não se fortalecer a atenção primária, não tem rede”, reforçou. Sobre a situação epidemiológica da população cearense, Vilaça identifica uma “tripla carga de doenças” caracterizada por uma agenda não concluída de infecções e desnutrição, crescimento das causas externas e as doenças crônica com os fatores de risco a elas associados. Para fazer face a essa situação, o sistema de rede estrutura modelos de atenção tanto às condições agudas quanto às condições crônicas de saúde. “Se não se organizar a atenção aos eventos agudos na atenção primária de saúde, não vamos organizar a rede de urgência e emergência”, sentenciou Eugênio Vilaça.

Assessoria de Comunicação da Sesa
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