Secretaria da Saúde capacita profissionais no combate ao barbeiro

12 de fevereiro de 2016 - 12:10

A principal causa da doença de Chagas no Brasil é a transmissão vetorial. Para reforçar as ações de combate ao Triatoma brasiliensis, conhecido como barbeiro, inseto transmissor da doença de Chagas, a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, por meio do Núcleo de Controle de Vetores (Nuvet), da Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde, realiza nesta segunda-feira, 15, das 8h30 às 15h30, a Oficina de Implantação da Rede de Monitoramento da Suscetibilidade das Populações Triatomínicas Brasileiras aos Inseticidas, no Auditório Waldir Arcoverde da Sesa, na Av. Almirante Barroso, 600, Praia de Iracema. Participarão da oficina coordenadores de endemias e supervisores de campo dos 25 municípios selecionados para início das ações. “A expectativa é de trabalharmos inicialmente com 100 localidades que têm o índice de prevalência”, diz a assessora técnica responsável pelo Programa de Controle da Doença de Chagas, a bióloga Cláudia Mendonça.

 
De acordo com a assessora técnica, a classificação dos municípios foi feita segundo os critérios de vulnerabilidade social e ecológica, onde há alto risco para transmissão vetorial. Além do Nuvet no Ceará, outros dois laboratórios brasileiros foram selecionados para o monitoramento, o laboratório da Universidade de Brasília e também o da Superintendência de Controle de Endemias de Mogi Guaçu, São Paulo. “Para a implantação da rede de monitoramento, a oficina é a primeira etapa desse processo, com a capacitação dos coordenadores de endemias e supervisores de campo. Em seguida, serão realizadas as visitas domiciliares, a coleta dos insetos e os testes em laboratório para avaliar se há resistência ao inseticida”, explica Cláudia Mendonça.
 
A oficina de implantação da rede de monitoramento terá a participação da bióloga Grasielle Caldas D’ávila Pessoa, do Centro de Pesquisas Rene Rachou da Fiocruz de Minas Gerais. Na programação, rodas de conversa sobre a resistência dos triatomíneos aos inseticidas; a coepidemiologia das espécies de triatomíneos cuja suscetibilidade será monitorada, com ênfase no Triatoma brasiliensis; orientações para coleta, acondicionamento e transporte de triatomíneos; estabelecimento do cronograma e fluxo de encaminhamento das amostras ao Nuvet; avaliação e outros encaminhamentos para planificação da Rede de Monitoramento da Suscetibilidade das Populações Triatomínicas Brasileiras aos Inseticidas no Ceará.
 
Doença de Chagas
Ainda não há vacina contra a doença de Chagas e sua incidência está diretamente relacionada às condições habitacionais. Manter a casa limpa, organizada e bem arejada, porque o inseto gosta de lugares escuros, sujos e com frestas para se esconder; aplicação de inseticidas e utilização de telas em portas e janelas são algumas das medidas preventivas que devem ser adotadas, principalmente em ambientes rurais. A melhor forma de prevenção é o combate ao inseto transmissor.
 
A transmissão ocorre a partir do contato das fezes contaminadas do barbeiro pelo Trypanosoma cruzi, quando este tenta se alimentar de sangue das pessoas ou animais, como: porcos, cães, galinhas. Pode ocorrer também na transfusão de sangue, transplante de pessoas com a doença, ingestão de alimentos contaminados e recém-nascidos de mulheres portadoras da doença de Chagas.
 
Febre, aparecimento de gânglios, crescimento do baço e do fígado, alterações elétricas do coração e/ ou inflamação das meninges são os sintomas nos casos graves. Na fase aguda, os sintomas duram de três a oito semanas. Na crônica, os sintomas estão relacionados a distúrbios no coração e/ ou no esôfago e no intestino. Cerca de 70% dos portadores permanece de duas a três décadas na chamada forma assintomática ou indeterminada da doença. 
 
Ainda na fase aguda pode acontecer uma inflamação no coração, provocando falta de ar intensa, tosse e acúmulo de água no coração e pulmão. Se a pessoa for picada pelo barbeiro, pode aparecer lesão semelhante a furúnculo no local.
 
 
Serviço:
Oficina de Implantação da Rede de Monitoramento da Suscetibilidade das Populações Triatomínicas Brasileiras aos Inseticidas
Data: 15 de fevereiro (segunda-feira)
Horário: 8h30 às 15h30

Local: Auditório Waldir Arcoverde da Sesa, na Av. Almirante Barroso, 600, Praia de Iracema

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