Quem deve se vacinar contra a gripe a partir do dia 30 de abril

12 de abril de 2016 - 18:41

A partir do dia de mobilização nacional para vacinação contra a influenza, 30 de abril, até o dia 20 de maio, 2.017.553 pessoas no Ceará deverão ser imunizadas contra a gripe. Essa população faz parte dos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde para a 18ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza. São 575.979 crianças de 6 meses a 4 anos, 138.800 trabalhadores da saúde, 96.440 gestantes, 15.853 puérperas, 24.555 indígenas, 924.727 idosos acima de 60 anos, 212.753 pessoas com doenças crônicas, 24.557 adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas e população carcerária e 3.889 funcionários do sistema prisional em todo o Estado. De acordo com o informe técnico do Ministério da Saúde sobre a campanha, o estabelecimento de  grupos populacionais a serem cobertos são decisões respaldadas em bases técnicas, científicas  e logísticas, evidência epidemiológica, eficácia e segurança da vacina, somados à garantia da sustentabilidade da estratégia adotada para a vacinação.

A vacinação é uma das medidas mais efetivas para a prevenção da influenza grave e de suas  complicações. O principal objetivo da vacinação conta Influenza é prevenir a ocorrência de casos de gripe nas formas graves, que demandam hospitalização, e os óbitos, motivo pelo qual é direcionada aos grupos populacionais com maior vulnerabilidade. Em populações não vacinadas, a maioria das mortes por influenza sazonal é registrada em idosos. A vacina contra a influenza, apesar de não conferir “proteção completa nem proteção contra todas as causas de morte”, previne em idosos “aproximadamente 30% dos casos fatais e não fatais, independentemente da etiologia, 40% dos casos de síndrome gripal e 50 a 70% das mortes”. Também tem contribuído na redução da mortalidade em indivíduos portadores de doenças crônicas, como doença cardiovascular, AVC, doenças renais, diabetes, pneumonias, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), dentre outras. Além de evitar milhares de internações, existem evidências da redução em pelo menos dois dias do tempo de hospitalização, com benefícios tanto do ponto de vista individual, como para toda a população.

A partir da introdução da vacina para crianças de seis meses a menores de cinco anos de idade, em gestantes e puérperas, observou-se redução significativa no percentual de casos graves de influenza nesses grupos. A ampliação da vacinação de crianças tem se mostrado uma das medidas mais eficientes para reduzir a carga da doença nos grupos vacinados e também na comunidade. As crianças com idade entre um e cinco anos são as principais fontes de transmissão dos vírus na família e na comunidade, podendo eliminar os vírus por até duas semanas. Estima-se que uma pessoa infectada seja capaz de transmitir o vírus para até dois contatos não imunes. A transmissão ocorre principalmente através do contato com partículas eliminadas por pessoas infectadas ou mãos e objetos contaminados por secreções. É muito elevada em ambiente domiciliar, creches, escolas e em ambientes fechados.

“Não há estudo clínico sobre a segurança da vacinação de menores de 6 meses”, ressalva o infectologista Robério Leite, do Hospital Infantil Albert Sabin), da rede pública estadual. Além disso, os bebês têm bom nível de proteção por causa da imunidade conferida pela mãe, transmitida através do aleitamento materno. “A vacinação de menores de 6 meses não oferece resposta imunológica satisfatória”, reforça o infectologista. Segundo o Ministério da Saúde, a vacinação de gestantes é considerada prioritária pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pois beneficia a mãe e o bebê, particularmente os menores de seis meses de idade, que não podem receber a vacina. Ministério da Saúde e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasco) recomendam a vacinação de rotina contra a influenza para todas as mulheres gestantes na campanha. Para as gestantes, o risco de complicações por causa da influenza é muito alto, principalmente no terceiro trimestre de gestação, mantendo-se elevado no primeiro mês  após o parto. As puérperas apresentam risco semelhante ou maior que as gestantes de ter complicações em decorrência da influenza. No Brasil, desde 2013 as puérperas, no período até 45 dias após o parto, foram incluídas no grupo alvo de vacinação.

Os profissionais de saúde são mais expostos à influenza e estão incluídos nos grupos prioritários  para vacinação não apenas para sua proteção individual, mas também para evitar a transmissão dos vírus aos pacientes de alto risco. Os adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas e as populações privadas de liberdade e pessoas que vivem em ambientes aglomerados também estão expostas a maior risco de contrair a infecção. Recente estudo avaliou a eficácia e a efetividade do efeito da imunização com vacinas contra influenza A e B na população adulta sadia, incluindo gestantes e recém-nascidos, com base em 90 estudos publicados. A conclusão dos especialistas autores da revisão, foi de que o efeito preventivo da vacina em adultos saudáveis apresenta efeito modesto na redução dos sintomas da gripe e também não reduz os dias de trabalho perdidos na população em geral.

Sintomas e sinais

O período de incubação dos vírus influenza varia entre um e quatro dias. Os sinais e sintomas da  doença são muito variáveis, podendo ocorrer desde a infecção assintomática, até formas graves. A excreção viral nas secreções nasais usualmente surge 24 horas antes do início dos sintomas, dificultando a instituição de medidas profiláticas medicamentosas para a prevenção da doença. A  síndrome gripal, que se caracteriza pelo aparecimento súbito de febre, cefaleia, dores musculares (mialgia), tosse, dor de garganta e fadiga é a manifestação mais comum. Nos casos mais graves, geralmente, existe dificuldade respiratória e há necessidade de hospitalização. Nessa situação é denominada Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Alguns estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias, de 39% a  75% a mortalidade global e em, aproximadamente, 50% nas doenças relacionadas à influenza.

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