Especialista esclarece dúvidas sobre sintomas e tratamento de chikungunya

1 de junho de 2017 - 21:05

Chinkungunya pode ser transmitida mais de uma vez para a mesma pessoa? Essa e outras dúvidas foram respondidas nesta quinta-feira (1º) pela infectologista Tânia Mara Coelho, diretora do Hospital São José, unidade de Saúde do Governo do Ceará referência no tratamento de doenças infecciosas. Além de reforçar que a pessoa só pega chikungunya uma vez, a infectologista destacou a importância da hidratação e do acompanhamento médico rigoroso, principalmente para os pacientes menores de dois ano de idades e maiores de 60.

As perguntas foram respondidas durante a webpalestra que contou com a participação de 211 pessoas de Fortaleza e de vários outros municípios cearenses. A médica tirou dúvidas sobre os sintomas da chikungunya, o manejo clínico dos pacientes e a identificação dos aspectos de gravidade da doença e os riscos de abuso de algumas medicações, como os corticoides. Segundo a infectologista, o tratamento da chinkungunya deve começar sempre com analgésicos como dipirona e paracetamol. Só depois da fase aguda, que dura de 1 a 14 dias, é que é feita avaliação médica para a possibilidade de tratamento com outras medicações.

A infectologista reforçou que a chikungunya não é transmitida pelo leite materno, mas lembrou que uma pessoa infectada em casa pode ser picada e transmitir para outros parentes. Por isso, quem tem a doença deve sim usar repelente para proteger o restante da família. A médica ressaltou ainda sobre o uso de repelentes em adultos e em crianças maiores de seis meses. Quem faz uso do protetor solar deve primeiro passar o produto e só depois o repelente. O uso de roupas de mangas longas e meias também funciona como proteção contra o mosquito.

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“O mais importante é que tudo isso é causado por um mosquito. Então, a gente tem que trabalhar para acabar com os focos”, disse a infectologista, que durante uma hora esclareceu dúvidas de pessoas que assistiram ao vídeo transmitido por meio de webconferência.

A transmissão da webpalestra foi feita através do Telessaúde, que permite que seja repassada atualização à distância. Além da exposição da palestrante, houve interação entre os participantes por meio de perguntas e respostas. No mês de junho acontecem mais duas webpalestras referentes às arboviroses. No próximo dia 13, às 9h, o infectologista Afonso Bezerra fala novamente sobre chikungunya e no dia 21, às 14h, o assunto é controle das arboviroses, com a técnica do Núcleo de Vetores da Sesa, Ricristhi Gonçalves.

Dados epidemiológicos

Doença nova no Ceará, a chikungunya registra casos desde 2014 no Estado, por isso a população ainda é muito suscetível. Em 2016 houve transmissão sustentada da doença no Ceará, com 31.482 casos confirmados em 139 municípios. Este ano, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado, foram confirmados 20.515 casos até a semana epidemiológica 21, com 14 óbitos em consequência da doença. “É uma doença nova no Ceará, com manifestações clínicas atípicas, e é preciso fazer o profissional pensar em chikungunya diante de casos suspeitos”, diz a médica Tânia Coelho, infectologista do Hospital São José, unidade da rede pública de saúde do Ceará.

Arboviroses são as doenças causadas pelos arbovírus, que incluem os vírus da dengue, da febre chikungunya, da zika e da febre amarela. A classificação arbovírus engloba todos aqueles transmitidos por artrópodes, classificação de insetos e aracnídeos como mosquitos, carrapatos e aranhas. A cada ano, mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo são infectadas e mais de um milhão morrem por doenças transmitidas por mosquitos, moscas, carrapatos e outros vetores.

São doenças que não passam diretamente de uma pessoa para outra, transmitidas geralmente por insetos, responsáveis pela veiculação biológica de parasitas e microrganismos ao homem e animais domésticos. No Brasil, inúmeras doenças são transmitidas por vetores, com destaque para dengue, malária, doença de Chagas e leishmaniose.

Combate ao mosquito

Para o enfrentamento às arboviroses em todo o Estado, a Sesa realizou visitas técnicas de apoio aos municípios, com fornecimento de material de apoio aos agentes de controles de endemias municipais, distribuição de dez mil rolos de telas para depósitos de água e pulverização espacial UBV (fumacê). O cenário de cada município é avaliado e, a depender do caso, pode contar com medidas como visita técnica da equipe da Sesa e monitoramento do plano de ação para o combate ao mosquito. Um total de 130 municípios cearenses recebeu cartas de alerta da Secretaria sobre risco de epidemia em relação às arboviroses, dos quais 86 (66,1%) encaminharam plano emergencial para combate ao mosquito.

Para evitar focos do mosquito, é preciso manter os quintais sempre limpos, recolher, eliminar ou guardar longe da chuva todo objeto que possa acumular água, como pneus velhos, latas, recipientes plásticos, tampas de garrafas, copos descartáveis e até cascas de ovos. O lixo doméstico deve ser acondicionado em sacos plásticos e descartado adequadamente, em depósitos fechados. Até a semana epidemiológica 21, o Ceará confirmou 9.047 casos de dengue, com 3 óbitos, e 144 casos de zika.

Quem tem Chikungunya deve:

Repousar, a maioria dos casos tornam-se crônicos porque não houve repouso na fase aguda da doença;
Fazer compressa de água fria durante 20 minutos a cada quatro horas para aliviar as dores
Não usar medicação que não tenha sido receitada por um médico.
Retornar à unidade de saúde em caso de piora dos sintomas.
Usar repelente para não ser picado novamente e transmitir a doença para outras pessoas.


Clique aqui para ter acesso à apresentação da webpalestra

Para participar da webpalestra, basta clicar no link http://webconf2.rnp.br/rutehuwcufc

Mais informações com o Núcleo de Telessaúde do Ceará: (85) 3219-5873 / telessaude.nuapce@gmail.com

Assessoria de Comunicação do Hospital São José
Franciane Amaral
(85) 3214-4605/ 98961.3880