Parar de fumar ajuda no tratamento de infecções respiratórias

29 de agosto de 2017 - 14:14

“Eu não nasci fumando e não vou morrer fumando”, diz em tom de comemoração o aposentado José Lima (nome fictício), 67, em uma consulta no Hospital São José (HSJ), do Governo do Ceará. Depois de tratar uma infecção respiratória, a consulta agora é só de rotina. Seu José fumou durante 30 anos. Cinco maços de cigarro por dia. Quando resolveu parar com o vício, tinha crises de abstinência “Eu ia na padaria comprar o pão, passava pra comprar cigarro. Quando eu resolvi parar, senti muita falta do fumo e ficava só cheirando o cigarro pra tentar suprir aquela necessidade”, diz o paciente.

A determinação foi mais forte que o vício e o aposentado está sem fumar há 15 anos. “O tratamento dele hoje, aqui no Hospital São José, é de outra infecção. E ele só está bem nesse tratamento porque parou de fumar lá atrás. Continuar com o fumo teria fragilizado o pulmão”, ressalta o infectologista Afonso Bezerra.

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Tabagismo e doenças respiratórias andam de mãos dadas. Existem muitas doenças causadas pelo fumo, as mais comuns são as das vias respiratórias. Quanto mais a pessoa fuma, mais fica exposta a essas doenças que podem ser fatais. “O cigarro diminui as defesas do pulmão. Quem fuma apresenta predisposição a infecções como influenza, pneumonia e tuberculose”, afirma o infectologista Roberto da Justa.

O Hospital São José é referência no tratamento de doenças infecciosas graves, como a tuberculose. E a relação do fumo com essa doença é muito frequente entre os pacientes são atendidos no hospital. Júlio César (nome fictício), 29, está começando o tratamento contra a tuberculose. Ele fuma desde os 12 anos. “Eu já tentei parar de fumar várias vezes, doutor, mas eu não consigo”, desabafa o autônomo quando chega ao ambulatório.

Júlio diz que sempre tossiu muito, mas achava que não era nada demais. Até que as tosses vieram com sangue. “Aí eu me apavorei e procurei o médico”, fala o paciente, cujo tratamento contra tuberculose será de, no mínimo, seis meses. O ambulatório de tuberculose funciona há 14 anos no HSJ e atende às sextas-feiras. As consultas são agendadas e os exames e medicamentos são garantidos a pacientes da capital e do interior.

Quem convive com fumante também requer cuidados

A fumaça do cigarro é prejudicial em vários aspectos, mesmo para quem não fuma. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, fumar passivamente é a terceira maior causa de mortes evitáveis do mundo. Quem tem contato com fumantes em ambientes fechados, mesmo que não fume, é considerando um fumante passivo.

Essas pessoas ficam expostas aos componentes tóxicos e cancerígenos que estão na fumaça do tabaco que fica no ambiente. Fumantes passivos têm um risco 30% maior de contrair câncer de pulmão e 24% maior de infarto do coração do que os não-fumantes, conforme pesquisas do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

As crianças expostas à fumaça tem 50% de chances de desenvolver problemas respiratórios, como bronquite e asma. Também estão listados os problemas cardíacos, mentais, comportamentais, auditivos, de aprendizado e câncer. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, as crianças são 40% das vítimas do fumo passivo. E foi para evitar que os filhos se tornassem fumantes passivos que o comerciante Luciano Cruz, 46, fez uma promessa no final da consulta. “Acabei de receber alta. O doutor disse que da tuberculose eu estou bem. Eu disse pra ele que não queria mais conversa com fumo de jeito nenhum. Tenho dois filhos pra criar”, declara.

 
Serviço:
Ambulatório de Tuberculose Hospital São José
Atendimento: todas as sextas-feiras, com hora marcada
Contato: (85) 3101-2343

Fotos: Assessoria de Comunicação do HSJ

Assessoria de Comunicação do Hospital São José
Franciane Amaral
(85) 3101.2324/ 98961.3880