Especialista orienta sobre cuidados para evitar infecções infantis

18 de setembro de 2017 - 21:14

A doença mão-pé-boca é mais comum na infância. Para evitá-la, é preciso manter a higiene das mãos e a limpeza diária dos brinquedos, por exemplo.
Embora possa acometer também os adultos, a doença mão-pé-boca é mais comum na infância, antes dos cinco anos de idade. De acordo com o infectologista pediátrico Robério Leite, do Hospital São José, da rede pública do Governo do Ceará, isso se deve ao fato de que as crianças costumam colocar as mãos e os brinquedos na boca e nem sempre têm o hábito de lavar as mãos depois de irem ao banheiro. Dessa forma, o vírus se dissemina mais facilmente.

A criança começa a ter dor de garganta, febre, nariz escorrendo, algo parecido com uma gripe. Depois, aparecem as erupções na pele e pequenas bolhas em algumas partes do corpo como boca, parte interna das bochechas, palma das mãos e pés. Esses são alguns dos sintomas da doença. A infecção contagiosa é causada pelo vírus Coxsackie.

Quando a criança apresentar febre e bolhas no corpo, os pais devem levá-la à unidade básica de saúde próxima à sua casa. “O diagnóstico deve ser feito logo para eliminar outras doenças como a catapora e até a chikungunya, que também apresenta as bolhas no copo de crianças nessa faixa etária”, explica Robério Leite.

A transmissão se dá pela via fecal-oral, através do contato direto entre as pessoas ou com as fezes, saliva e outras secreções ou então através de alimentos e de objetos contaminados. Mesmo depois de recuperada, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas.

Prevenção e tratamento

Para evitar a doença é preciso manter a higiene, lavar as mãos depois de ir ao banheiro e antes de comer ou de preparar as refeições. É também necessário redobrar a atenção na hora de higienizar frutas, legumes e verduras. Os cuidadores de crianças devem sempre manter as mãos e as roupas limpas. Já em locais com grande concentração de crianças, como creches e escolas, deve-se garantir a limpeza diária dos brinquedos de uso coletivo.

Ainda não existe vacina contra a doença mão-pé-boca. Em geral, como ocorre com outras infecções por vírus, ela regride espontaneamente depois de alguns dias. Por isso, na maior parte dos casos, o tratamento é sintomático com antitérmicos e anti-inflamatórios.

Os medicamentos antivirais ficam reservados para os casos mais graves. O ideal é que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem, apesar da dor de garganta. “O vírus é de uma família grande. Há mais de um tipo. Por isso não confere imunidade e a criança pode ter a doença mais de uma vez”, ressalta o infectologista.

Fique atento

– Nem sempre a infecção pelo vírus Coxsackie aparece com todos os sintomas clássicos. Há casos em que surgem lesões parecidas com aftas na boca ou as erupções cutâneas. Em outros, a febre e a dor de garganta são os sintomas predominantes.

– Para o paciente, os alimentos pastosos, como purês e mingaus, além de gelatina e sorvete, são mais fáceis de engolir. Já aqueles mais ácidos, muito quentes e condimentados são mais difíceis.

– Bebidas geladas, como sucos naturais, chás e água são indispensáveis para manter a boa hidratação.

– Crianças devem ficar em casa, enquanto durar a infecção. O repouso, a hidratação e cuidados com as lesões são muito importantes porque evitam outras infecções mais graves, alerta o infectologista Robério Leite. “Com as lesões, o corpo perde uma barreira natural e as defesas são reduzidas. As bactérias acabam aprofundando essas lesões se não houver o cuidado necessário. Nos casos mais graves, podem aparecer infecções secundárias como miocardite, encefalite e meningite”, alerta.

 

Assessoria de Comunicação do Hospital São José
Franciane Amaral
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